quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Grão de Amor - Marisa Monte

"É só você que vem
No meu cantar, meu bem
É só pensar que vem
Lararara!

Me cobre mil telefonemas
Depois me cubra de paixão
Me pegue bem
Misture alma e coração

Me deixe, sim
Mas só se for
Pra ir ali e pra voltar
Me deixe, sim, meu grão de amor
Mas nunca deixe
De me amar"


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Aquela - Darcy Ribeiro

"Minha amada é ela, aquela que não vem.
 Ainda não veio, nunca veio, ainda não.
 Mas virá, ora se virá. A diaba me virá.”
Darcy Ribeiro


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ensaios Fotográficos - Manoel de Barros

O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (O olho do monge estava perto de ser um canto.)
Continuou: digamos a palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como um lírio pode nascer de um monturo.

Fonte:Manoel de Barros. Ensaios Fotográficos.5ª ed.Rio de Janeiro:Editora Record,2005.pg.31


sábado, 9 de novembro de 2013

Água Viva - Clarice Lispector

Perco a identidade do mundo em mim e existo sem garantias. Realizo o realizável mas o irrealizável eu vivo e o significado de mim e do mundo e de ti não é evidente. É fantástico, e lido comigo  nesses momentos com imensa delicadeza.

Agua Viva, Clarice Lispector. Ed. Rocco, 1998. p.71  

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sou talvez a visão que alguém sonhou, 
alguém que veio ao mundo pra me ver, 
e que nunca na vida me encontrou!

[Florbela Espanca]






quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Escolha - Elisa Lucinda























Eu te amo como um colibri resistente
Incansável beija-flor que sou
Batedora renitente de asas
Viciada no mel que me dás depois que atravesso o deserto
Pingas na minha boca umas gotas poucas
Do que nem é uma vacina.

Eu uma mulher, uma ave, uma menina...
Assim chacinas o meu tempo de eremita:
Quebras a bengala onde me apoiei, rasgas minhas meias
As que vestiram meus pés
Quando caminhei as areias.

Eu te amo como quem esquece tudo
Diante de um beijo:
As inúmeras horas desbeijadas
Os terríveis desabraços
Os dolorosos desencaixes
Que meu corpo sofreu longe do seu.

Elejo sempre o encontro
Ele é o ponto do crochê.
Penélope invertida
Nada começo de novo
Nada desmancho
Nada volto

Teço um novo tecido de amor eterno
A cada olhar seu de afeto
Não ligo para nada que doeu.
Só para o que deixou de doer tenho olhos.
Cega do infortúnio
Pesco os peixes dos nossos encaixes
Pesco as gozadas
As confissões de amor
As palavras fundas de prazer
As esculturas astecas que nos fixam
Na historia dos dias

Eu te amo.
De todos os nossos montes
Fico com as encostas
De todas as nossas indagações
Fico com as respostas
De todas as nossas destilarias
Fico com as alegrias
De todos os nossos natais
Fico com as bonecas
De todos os nossos cardumes
As moquecas.
  

sábado, 9 de março de 2013

Pra Você Guardei o Amor - Nando Reis


"Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir"


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Amor e seu tempo - Carlos Drummond














Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Esperançoso - Danilo de Melo Souza














Caso o acaso
acaso nos una
conquistaremos a lua.
Caso o acaso
não baste o bastante.
Caso nosso amor
não compense o instante.

Você pode partir.

Não vá tão distante.

Caso nosso caso
caia no descaso
me permita o atraso
de renovar esse caso.

É que meus versos,
são cheios de esperança.

(In)certos Versos e Alguma (P)rosa
Palmas. Gráfia Editora Sto Expedito,2010

sábado, 12 de janeiro de 2013

Espero Curarme de Ti.


Espero curarme de ti en unos días. Debo dejar de fumarte, de beberte, de pensarte. Es posible. Siguiendo las prescripciones de la moral en turno. Me receto tiempo, abstinencia, soledad.
¿Te parece bien que te quiera nada más una semana? No es mucho, ni es poco, es bastante. En una semana se puede reunir todas las palabras de amor que se han pronunciado sobre la tierra y se les puede prender fuego. Te voy a calentar con esa hoguera del amor quemado. Y también el silencio. Porque las mejores palabras del amor están entre dos gentes que no se dicen nada.
Hay que quemar también ese otro lenguaje lateral y subversivo del que ama. (Tú sabes cómo te digo que te quiero cuando digo: «qué calor hace», «dame agua», «¿sabes manejar?», «se hizo de noche»... Entre las gentes, a un lado de tus gentes y las mías, te he dicho «ya es tarde», y tú sabías que decía «te quiero»).
Una semana más para reunir todo el amor del tiempo. Para dártelo. Para que hagas con él lo que quieras: guardarlo, acariciarlo, tirarlo a la basura. No sirve, es cierto. Sólo quiero una semana para entender las cosas. Porque esto es muy parecido a estar saliendo de un manicomio para entrar a un panteón.
Jaime Sabines

Fragmentos - Água Viva


"Embora tudo seja tão frágil. Sinto-me tão perdida. Vivo de um segredo que se irradia em raios luminosos que me ofuscariam se eu não os cobrisse com um manto pesado de falsas certezas. Que o Deus me ajude: estou sem guia e é de novo escuro."
Clarice Lispector.

Água Viva, Ed. Rocco - pg.45

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

EU SOU UM POÇO DE SENSIBILIDADE - IRA


Por entre ruas, entre carros e placas
Luzes, cheiros e toques

Eu sou um poço de sensibilidade
te buscando na cidade
Eu sou um poço de sensibilidade

Entre veludos e cetins
Fantasias e brinquedos
Desejos e um certo medo
Cheiros e toques

Eu sou um poço de sensibilidade
Te buscando na cidade
Eu sou um poço de sensibilidade

O seu sorriso no meu dia-a-dia
A sua palavra em meu vocabulário
Minha professora, eu aprendi tudo errado
Te buscando na cidade
Eu sou um poço de felicidade

Com seu nariz furando o vento
Com um certo ar de autoridade
Eu fico louco, louco de saudade
Sou um cara afortunado
perto de ti eu sou um poço de sensibilidade.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Poemas Tempo - Viviane Mosé

"...e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com meu consentimento
e me olhando nos olhos

Acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando."

Fonte: Poemas Chão.Ed. Sete Letras,2001
Tela de Picasso: Femme nue dans l'atelier, 1953

sábado, 5 de novembro de 2011

"Não há guarda-chuva
contra o tédio:
o tédio das quatros paredes, das quatro
estações, dos quatro pontos cardeias...

Não há guada-chuva
contra o tempo,
rio fluindo sob casa, correnteza
carregando os dias, os cabelos."

João Cabral de Melo NetoGravura:Tela de Kirchner (06/05/1880 - 15/06/1938)
 extraido do blog:



Texto extraído do livro "João Cabral de Melo Neto - Obra completa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1994, pág. 79.



sábado, 29 de outubro de 2011

QUASE NADA - Zeca Baleiro


De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada

segunda-feira, 27 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

CLARICE LISPECTOR: ROTEIRO DO INSONDÁVEL

O texto, concebido a partir de ampla pesquisa do autor, cria uma narrativa imaginária com uma das mais importantes escritoras do Século XX. Onde, o desejo, a solidão e a impossibilidade do amor pleno são alguns dos temas dessa peça poética.
 Texto de *Flávio Viegas Amoreira.



Diálogo imaginário com Clarice Lispector.
    
Clarice, o desejo é um risco bom; não tenho para onde voltar depois da liberdade: e a liberdade me joga no redemoinho da paixão. Apesar de ter a doença dos sentidos demais aguçados, elevo-me ao Himalaia desse amor que me perfura: estou em estado de insatisfeito: o amor é coisa intraduzível, mas reparto fragmentos de compreensão: o que importa é que eu não saia ileso. O desejo por onde começo a dizer que quero estar nele, ser por ele, contaminar-me de sua pele é uma aprendizagem. Desejo é a palavra mais linda em qualquer idioma: desejo como quem aprende a andar depois do parto de estar no mundo sem escoras: lanço-me a ele o: Desejo. Agora ele tem cara: semblante de pedra. O amor é pedra onde cinzelo / quanto mais miro, mais turvo, embaço, mas não me cego: a pedra é o impossível que alcanço, o mais próximo do impossível, Clarice, é o homem impreciso: o amor por ele é sufocador, mas continua vago.

Quero viver de tesão com o mundo: nunca ser indiferente, mesmo com ódios passageiros. Amargura é dor carnívora. A felicidade dói, machuca: é um peixe elétrico, viceja. No meu sofrimento há um pátio ajardinado que rego: retenho esse meu afeto e nele acho uma fresta no sufocamento. Não, não Clarice! A nudez desse homem não me basta: é o entendimento do tempo que tiro dele a fórceps o que me sustenta: forjo o que amo, ele vem depois do que já intuía. Sabia desse amor em algum lugar do instante: agora que encontrei a face do meu delírio, remo na maré do próprio dilúvio que joga-me como arca: esse meu amor exige criar um Universo de coisas inexistentes. Abri a porta a um monstro marinho, colhi açucenas de puro aço, injetei força em minha medula adormecida de silêncio: cerrei minhas mandíbulas e segui farejando o absurdo. O amanhecer é improvável, a morte agora é não mais tê-lo: agarrei-me ao amor, à pedra, ao homem: não me rendo até o último gozo desse santo suplício. O homem onde pouso o espírito é um mar que corre nas veias: sabor de maresia que imanto. Amor, Clarice, é impregnar-se de uma galáxia por dentro. Ele é vasto, já não mais pedra o amor: o desejo é montanha: é vereda, eu pastoreio e rebanho.

Há uma geologia íngreme no subterrâneo: na psicologia dos meus dedos: ilumino com a espera as cavernas que ele me causou: escrevo-te Clarice para encontrar o silêncio. Não tenho mais forças para lutar contra o insondável: arrebenta em meu peito acanhado um Atlântico de ondas vertiginosas que me jogam contra toda realidade: a realidade é um sonho que me esqueceu. Estou em estado de praia, de rebentação: o abissal penetra-me agora: tenho coragem de ir ao fundo da coisa que sou eu, mas o eu espalhou-se. O amor reconhece a verdade não no coração, mas na imaginação da felicidade: o coração mentiu muitas vezes e agora não tenho altura para o abismo. Eu vi a Beleza e ela não me cansa de lágrimas: penso conceber o que se passa entre mim e o jogo, mas eis caído num lance inesperado. Eu quero esse amor mais do que o infortúnio de seu desprezo: a questão é o que fazer quando o amor secar de cansado: umedeço. Sei que existe a plenitude dum mergulho, da rosa, do ocaso do Sol no outono: procuro a plenitude Clarice, e lastimo que tudo concorra para desfazer-se: afogo-me, a flor despetala-se saudosa do caule e o crepúsculo me enche de terrores: não é a morte que tememos, é a finitude.

Dizer-te torna-me menos fantasma de palavras: o Destino se interpôs em nossa conversa: o que não é memória é hiato, estou desvelando o amor pela fala: sou impelido a dizer, a tentar reproduzir abstrações tão concretas quanto a lâmina que me fere de não poder: amar tornou-se uma prece de fora para dentro: uma liturgia do recôndito, uma celebração visceral do incompleto, não estou conformado com amputação da minha Alma. Perco-me: sou fluvial, cedo ao leito rubro: navego na torrente precipitando-me desabrido: só não transpasso: essa é a causa do meu desespero sem descanso: não transpasso por nosso espírito não penetrar-se em coito: eu o tenho sem ter , Clarice, o corpo não é ainda o amor, a carne é movediça, meus olhos não fixam o delírio: a fatalidade dessa paixão é não poder ser totalmente outro por inteiro e o inteiro descobri de modo terrível: ele não se permite, o inteiro não existe. Aprendi a trepar com outra Alma. Há essa selva entre o real e o simbólico: toda atmosfera submarina aterrada surta e endoido sem loucura: esse o drama que me alimenta e implode: a paixão é composta de razão excessiva, mas há outra face da razão: a posse do impalpável. Ele é a fruta e o paladar da fruta: minhas vísceras contêm também sua polpa: eu consisto em ser por ele sem estar nele contido: por que não vem a palavra que encerre a angústia: onde adquiro a fragrância do Eterno?

Evito-me as vezes: escapulo de mim, foragido de algum espelho ancestral, busco onde não encontrar o que me foi perdido sem ser percebido. Perceber é longo demais: quase nada tem um diagnóstico certeiro além da própria dor e do grito. Uma vez achei o perfeito: era invisível aos olhos desatentos: o perfeito é quando sentimos não mais querer sentir: dormindo eu sinto, mas quero a dor desperto... o perfeito é rápido como um raio bruto ou a saudade em estado de anestesia. A maçã não amadurecida quedava distendendo-se ao meu apetite: um esplendor! o diabo, Clarice, é a espera da colheita. A culpa de todo meu amor é não contentar-me em ser sóbrio de luz: exorbito implorante: emociono de deixar ele entrar: não amo toda parte, sou raro e apartei um alvo: só me chamo Eu quando ele me afaga: sou Eu quando mais não for além de Eu, ele por dentro tatuado. Ele estendeu o braço e lembrei de ti Clarice, quando dizias sobre os amantes: eu disse a ele “sou tu e eu é tu, nós é ele”. Amo romper a gramática como um dique não contendo a represa: amo em azul, amo num azul muito delicado, o azul cobalto. Agora desnudo o que antes inexistia. Despojo-me do que antes não tinha: me totalizo: desnudei-me numa clareira da floresta escura: não fugir da sombra é o maior sinal de luz / a raiz sofre ao rasgar-se semente: da unidade ao fragmento, deitamos sementes de nossos corpos-raízes: sou primordial: tornei-me bromélia: o poeta mora onde se entrega amor, a pedra subjaz: dissolveu-se sedimento liquefeito. Esquecer é não ter vivido: se não tivesse nascido por onde perambulava o que é em mim existido?

Clarice, estranho-me: quem somos quando escrevemos? a máscara ou o rosto distorcido? Tenho a memória da terra, o Mar ejacula / corrosão da pedra / pomo / faca sem gume / fui alcançado por um distanciado farol da torre: eu presumo, não penso: pensar é certeiro, e nada acerta quando buscado: o sentido é outro que o da fonte. Sou amado como seiva esvaída em transe: os ossos desse amante salgam minha pele distendida: castelo de proa / assovios de navios na noite do Tempo: é noite do Tempo: o Espaço é clarabóia / mansarda acolhendo Vida: o que é Vida, Clarice? senão rastilho de pólvora. Confesso um segredo com meus membros em água viva: Clarice, confesso: meu amor é um navio sem rota cortando caminhos por minha artérias de zinco: cada célula de que sou composto tem um núcleo exalando sentimento. Esgotarei a existência até a última seiva e haverá gotas que jorrarão meu Eu e o amor que experimentei nos elementos: nosso acalanto terá aparência de ciclos entre a chuva e o trovão. Escrever é poder dizer num relógio d´água tudo que não sei explicar: precipito-me de novo ao penhasco: queria tornar-me Oceano para libertar-me da paixão: rasgo com meus músculos impotentes o cruel muro da prisão: a paixão por ele tem sido minha prisão. Todas paixões são prisões: recomeço escalar o muro: o penhasco: agora quero ser calmo: quero ser contemplação: cansei da paisagem: eu o carrego amando sem mais muros. Conheci o amor numa tarde: agora meu futuro é sempre 2 horas da tarde. Alcancei a esfera: a esfera, o círculo que não domino não sou mais eu, nem ele que ainda amo, o cerne, a essência é a busca da libertação, estou no aprendizado da libertação, Clarice: libertação é espremer o que passa: busquei o total, o total não fica nunca pronto: então choro com o milagre do que passa: dos amassos que dou na existência: transo de espírito para o espírito: o dele é azul também.

Dois nunca são um; amor é areia que junto para arquitetar um castelo que desmancha, mas ainda assim volta a ser Oceano-Mar. Somos rochedos vizinhos: o sal semeia esbatendo em nossas ilhas que se lambem de partida. Rochedos, mesmo assim seremos misturados de areia. Não somos mais ilhas: contemos um no outro: somos agora continente.

FONTE: http://revistapausa.blogspot.com/2009/06/clarice-lispector-roteiro-do-insondavel_22.html

* FLÁVIO VIEGAS AMOREIRA é poeta, contista, romancista e crítico, nascido em Santos em 1965. Com importante atuação no panorama cultural do Litoral Paulista, escreveu os livros Maralto (2002); A Biblioteca Submergida (2003); Contogramas (2004) entre outros. Em 2007, publicou seu romance Edoardo o Ele de Nós.

domingo, 24 de abril de 2011

Fragmento do livro Água Viva -Clarice Lispector

Água Viva é um dos textos mais intrigantes que Clarice escreveu. Vai ao limite do introspectivo e isso provoca em mim sensações que vão do constrangimento de presenciar alguém emocionalmente desnuda à compaixão - também me identifico com sua dores, seus temores e ilusões.Ontem à noite me entupi de Água Viva e agora, resta-me  dividi-la.
 
"O imprevisto improvisado e fatal me fascina.
Já entrei contigo em comunicação tão grande
que deixei de existir sendo. Você tornou-se um eu. É tão difícil
falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso.
Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?
Dificílimo contar: olhei para você fixamente por uns instantes.
Tais momentos são meus segredos. Houve o que se chama de
comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de
felicidade."

sábado, 23 de abril de 2011

Fragmento do livro Água Viva - Clarice Lispector

"A vida oblíqua? Bem sei que há um desencontro leve entre as

coisas, elas quase se chocam, há desencontro entre os seres que se
perdem uns aos outros entre palavras que quase não dizem mais
nada. Mas quase nos entendemos nesse leve desencontro, nesse
quase que é a única forma de suportar a vida em cheio, pois um
encontro brusco face a face com ela nos assustaria,
espaventaria os seus delicados fios de teia de aranha. Nós
somos de soslaio para não comprometer o que pressentimos de
infinitamente outro nessa vida de que te falo."

Fragmento do livro Água Viva, Clarice Lispector, Editora Rocco, 1998.

sábado, 16 de abril de 2011

La vie en close

"nunca cometo o mesmo erro


duas vezes


já cometo duas três


quatro cinco seis


até esse erro aprender


que só o erro tem vez."

Leminski assumia sua humanidade como ninguém: Contagiado de humor, ironia e muito afeto. Era uma receita muito particular - Fazia parte de sua essência. Adoro Leminski e esse meu amor vem de longas datas, vem da infância de minha adolescência.

terça-feira, 15 de março de 2011

ME TIENES EN TUS MANOS - JAIME SABINES

"Me tienes en tus manos
y me lees lo mismo que un libro.
Sabes lo que yo ignoro
y me dices las cosas que no me digo.
Me aprendo en ti más que en mi mismo.
Eres como un milagro de todas horas,
como un dolor sin sitio.
Si no fueras mujer fueras mi amigo.
A veces quiero hablarte de mujeres
que a un lado tuyo persigo.
Eres como el perdón
y yo soy como tu hijo.
¿Qué buenos ojos tienes cuando estás conmigo?
¡Qué distante te haces y qué ausente
cuando a la soledad te sacrifico!
Dulce como tu nombre, como un higo,
me esperas en tu amor hasta que arribo.
Tú eres como mi casa,
eres como mi muerte, amor mío."

sábado, 5 de março de 2011

UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES

"Existe um ser que mora
dentro de mim como se fosse casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que
apesar de inteiramente selvagem — pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe
puseram rédeas nem sela — apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma
doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é
úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e
vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo
daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta
chamá-lo e se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura
e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e
vai. Aviso também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é
a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o
excesso de doçura do que é isto pela primeira vez".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PENSO E PASSO - Alice Ruiz

Quando penso
que um palavra
Pode mudar tudo
Não fico mudo
Mudo

Quando penso
que um passo
Descobre o mundo
Não paro o passo
Passo

E assim que
passo e mudo
Um novo mundo nasce
Na palavra que penso.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Amor Bate na Aorta – Versos incompletos

Cantiga de amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlitos.

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
Amor é bicho instruído.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...

domingo, 21 de novembro de 2010

Fragmentos de Clarice Lispector - Água Viva

Clarice certa vez disse: Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou. E realmente Clarice deixa vestígios do seu ser nas entrelinhas do que escreve, como neste trecho:

"Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite."

Fragmento do livro Água Viva, Clarice Lispector, Editora Rocco, 1998. O lançamento do livro é de 1973 pela Artenova.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

MUNDO PEQUENO - Manoel de Barros

Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença
delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito
saudável,o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da
vida um certo gosto por nadas...
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em
estradas -
Pois é nos desvios que encontra as melhores
surpresas e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
gramática.

O Livro das Ignorãças/Manoel de Barros - 16ªed. - Rio de Janeiro:Record,2009 pág.87

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


"Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões".


Clarice Lispector, "A imitação da Rosa‎" - Página 12, Clarice Lispector - Editora Artenova, 1973

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PLATAFORMA FREIRE ABRE PARA 1º SEMESTRE 2011

Abre hoje, dia 05 e prossegue até 30 de novembro, a Plataforma Freire – Ambiente virtual destinado ao cadastro de professores e a realização das pré-inscrições nos cursos do PARFOR para os professores da Educação Básica das Redes Públicas.
As ofertas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR, para o semestre 2011.1, via Plataforma Freire, serão no Estado do Piauí, de Formação Inicial com cursos presenciais e especiais (período de férias) de Primeira e Segunda Licenciatura e Formação Pedagógica e também, de Formação Continuada à distância com 140 vagas para o curso de aperfeiçoamento em Educação Ambiental: Escolas Sustentáveis e com Vida, promovido pela Universidade Federal do Mato Grosso.
As Instituições de Ensino Superior que participam do PARFOR no Estado são: Universidade Federal do Piauí – UFPI; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI e Universidade Estadual do Piauí – UESPI que juntas estão disponibilizando 4.090 vagas em 21 pólos: Amarante; Angical; Barras; Batalha; Bom Jesus; Canto do Buriti; Corrente; Curimatá; Floriano; Fronteiras; Luzilândia; Oeiras; Parnaíba; Paulistana; Picos; Piripiri; São João do PI; S.Raimundo Nonato; Teresina; União e Uruçuí.
É importante destacar que a 1ª Licenciatura é destinada aos professores sem formação superior; a 2ª Licenciatura para professores licenciados, mas que atuam fora de sua formação específica e Formação Pedagógica para bacharéis sem licenciatura. Além da exigência dos dados do professor constar no Censo Escolar de 2009 para se eftivar a sua pré-inscrição.

Maiores esclarecimentos: 0 800 61 6161 opção 4
SEDUC/PI: (86) 3216.4442/ 3216.3805
Ou pelo sitio: http://freire.mec.gov.br/

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domingo, 31 de outubro de 2010

Carlos Drummond de Andrade 108 Anos 31.10.2010


ETERNO

E como ficou chato ser moderno.
Agora serei eterno.

Eterno! Eterno!
O Padre Eterno,
a vida eterna,
o fogo eterno.

*(Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.)

**— O que é eterno, Yayá Lindinha?
— Ingrato! é o amor que te tenho.

Eternalidade eternite eternaltivamente
eternuávamos
eternissíssimo
A cada instante se criam novas categorias do eterno.

Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome
e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força [o resgata

é minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la
é o que se pensa em nós se estamos loucos
é tudo que passou, porque passou
é tudo que não passa, pois não houve

eternas as palavras, eternos os pensamentos; e passageiras as obras.
Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um mar [profundo.

Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos afundamos.
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.

Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.

Mas eu não quero ser senão eterno.
Que os séculos apodreçam e não reste mais do que uma essência
ou nem isso.
E que eu desapareça mas fique este chão varrido onde possou [uma sombra
e que não fique o chão nem fique a sombra
mas que a precisão urgente de ser eterno boie como uma esponja [no caos

e entre oceanos de nada
gere um ritmo.
*"O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora" é uma frase famosa do pensador francês Blaise Pascal (1623-1662).
** O diálogo jocoso de Yayá Lindinha foi retirado de um conto chamado "Eterno" de Machado de Assis.

sábado, 30 de outubro de 2010

Ai Que Vontade! - Itamar Assumpção


"Ai que vontade de pegar esta saudade
Enfiar atrás das grades e levar pra Itajaí
Trocar de ares ir e vir nos verdes mares
Despejar nos arredores bulevares de Tatuí."


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Divã - Martha Medeiros

"Não gosto de nada que é raso, de água pela canela. Ou eu mergulho até encontrar o reino submerso de Atlântida, ou fico à margem, espiando de fora. Não consigo gostar mais ou menos das pessoas, e não quero essa condescendência comigo também."

Divã/ Martha Medeiros - Rio de Janeiro:Objetiva,2002 pág.103

sábado, 23 de outubro de 2010

TERCEIRO DIA - O Livro das Ignorãças



"Nuvens me cruzam de arribação.
Tenho uma dor de concha extraviada.
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas."


O Livro das Ignorãças/Manoel de Barros - 16ªed. - Rio de Janeiro:Record,2009 pág.71

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

AFORISMO

"Se você construiu castelos no ar, o seu trabalho não precisa estar
perdido; é lá que eles devem ficar. Agora ponha os alicerces por baixo
deles."
Hery David Thoreau (1817 - 1862)

O mundo em uma frase: uma breve história do aforismo/James Geary - Rio de Janeiro: Objetiva,2007. pág.165

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Código de Acesso - Itamar Assumpção

"O meu código de acesso, é imenso
É nexo, é dor, é flor
É côncavo, é complexo
É denso, é afago, é amplexo
É o ninho do verso de amor"


A afirmação da poesia veio por intermédio de Paulo Leminski que já nos anos 70 dizia que a canção popular era o novo suporte para os versos no Brasil. Leminski disse à Itamar que ele era poeta. Discutiram, claro, mas por fim, há poesia sobrando no discurso irônico, romântico, passional de Itamar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os Deslimites da Palavra


"Ando muito completo de vazios.

Meu órgão de morrer me predomia.

Estou sem eternidades."


O Livro das Ignorãças/Manoel de Barros - 16ªed. - Rio de Janeiro:Record,2009 pág.55

Paulo Freire o mestre de todos nós!

Aos professores e professoras, que as palavras sábias do nosso grande mestre continue a nos inspirar na busca do compromisso de formar pessoas,, em especial, aos nossos alunos da escola pública!

"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do
processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Aluna - Cecília Meirelles

"Conservo-te o meu sorriso
para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso…"

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


Des-construindo... por cinelirico no Videolog.tv.

Muito lindo esse vídeo! Dedico ao meu menino Gabriel, que exercita muito bem a "Des - construção" desse mundão que habitamos!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Brasileirão Petrobras | Estrela da Vida Inteira

A caravana do Brasileirão Petrobras foi até o Engenhão, no Rio de Janeiro, sentir a energia da torcida do Botafogo. No vídeo, o torcedor-símbolo, Fabiano Tatu, e seu assistente, Gabriel Godoy, conversam com botafoguenses e ex-jogadores do time e descobrem que a superstição é uma de suas marcas. Conheça um pouco da história do alvinegro da Severiano Ribeiro, que teve Mané Garrincha entre os nomes de sua constelação de craques.

"Minha estrela não é a de Belém:

A que, parada, aguarda o peregrino.

Sem importa-se com qualquer destino

A minha estrela vai seguindo além..." Mário Quintana

Homenagem a estrela solitária e a todos fotafoguenses, em especial, meus dois meninos: Aírton e Gabriel.

domingo, 20 de junho de 2010

AUSÊNCIA - Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.

Nova reunião:23 livros de poesia - volume 3/Corpo

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Aprendendo a Viver - Pertencer

"Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça."

Clarice Lispector

domingo, 30 de maio de 2010

"Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama."


Água Viva, Clarice Lispector, Editora Rocco, 1998. p. 66.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A PLATAFORMA FREIRE ABRE HOJE PARA PRÉ-INSCRIÇÃO PARA 2º SEMESTRE 2010

A partir de hoje, dia 10 até 29 de maio , estará aberta a Plataforma Freire para pré-inscrição aos professores das Redes Públicas, permitida a pré-inscrição do candidato em apenas um curso.
As ofertas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR, para o segundo semestre de 2010, via Plataforma Freire, serão restritas à Formação Inicial – cursos de Primeira e Segunda Licenciaturas e Formação Pedagógica.
É importante destacar, que a 1ª Licenciatura é destinada aos professores sem formação superior, a 2ª Licenciatura para professores licenciados, mas que atuam fora de sua formação específica e Formação Pedagógica para bacharéis sem licenciatura. Gostaria de chamar a atenção dos professores para, ao se inscrever na Plataforma, observe estes critérios, pois a não observância dos mesmos deixou muitos sem sua pré-inscrição validada, até mesmo porque ,a CAPES não financia cursos de 1ª Licenciatura para quem já é licenciado.
A partir de hoje, dia 10 até 29 de maio , estará aberta a Plataforma Freire para pré-inscrição aos professores das Redes Públicas, permitida a pré-inscrição do candidato em apenas um curso.As ofertas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR, para o segundo semestre de 2010, via Plataforma Freire, serão restritas à Formação Inicial – cursos de Primeira e Segunda Licenciaturas e Formação Pedagógica.É importante destacar, que a 1ª Licenciatura é destinada aos professores sem formação superior, a 2ª Licenciatura para professores licenciados, mas que atuam fora de sua formação específica e Formação Pedagógica para bacharéis sem licenciatura. Gostaria de chamar a atenção dos professores para, ao se inscrever na Plataforma, observe estes critérios, pois a não observância dos mesmos deixou muitos sem sua pré-inscrição validada, até mesmo porque ,a CAPES não financia cursos de 1ª Licenciatura para quem já é licenciado.
Encerra dia 29 de maio a pré-inscrição nos cursos presenciais e especiais e, do dia 1 a 17 de junho, a Plataforma será reaberta para que os gestores das Redes Estadual e Municipais possam validar as pré-inscrições de sua Rede e, a partir de 19 de julho, inicio do processo seletivo ou matrículas por parte das Instituições de Ensino Superior.

sexta-feira, 30 de abril de 2010


"Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

UMBIGO

O teu umbiguinho,

Doce ninho do meu beijo

Capital do meu desejo,

Em suas dobras misteriosas,

Ouço a voz da natureza

Num eco doce e profundo,

Não só o centro de um corpo,

Também o centro do mundo!

Quintana me surpreendendo sempre! E quando o leio, meu sentimento é que estarei diante do inesperado, do improvável, talvez, do sentimento que ele traduz tão bem: “O poema é uma garrafa de náufrago jogada ao mar. Quem a encontra salva-se a si mesmo.”

- Antologia Poética - Porto Alegre: L&PM,1997 pág.143