terça-feira, 15 de março de 2011

ME TIENES EN TUS MANOS - JAIME SABINES

"Me tienes en tus manos
y me lees lo mismo que un libro.
Sabes lo que yo ignoro
y me dices las cosas que no me digo.
Me aprendo en ti más que en mi mismo.
Eres como un milagro de todas horas,
como un dolor sin sitio.
Si no fueras mujer fueras mi amigo.
A veces quiero hablarte de mujeres
que a un lado tuyo persigo.
Eres como el perdón
y yo soy como tu hijo.
¿Qué buenos ojos tienes cuando estás conmigo?
¡Qué distante te haces y qué ausente
cuando a la soledad te sacrifico!
Dulce como tu nombre, como un higo,
me esperas en tu amor hasta que arribo.
Tú eres como mi casa,
eres como mi muerte, amor mío."

sábado, 5 de março de 2011

UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES

"Existe um ser que mora
dentro de mim como se fosse casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que
apesar de inteiramente selvagem — pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe
puseram rédeas nem sela — apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma
doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é
úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e
vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo
daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta
chamá-lo e se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura
e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e
vai. Aviso também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é
a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o
excesso de doçura do que é isto pela primeira vez".