domingo, 18 de maio de 2008

Mario Quintana - Poesias

Diziam os amigos mais íntimos, que Mario Quintana era o poeta das coisas simples e fazia pouco caso em relação à crítica. Conforme costumava comentar, sua poesia era feita simplesmente por sentir necessidade de escrever.
Em 1928 ingressou no jornal O Estado do Rio Grande. Após ter participado da Revolução de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, retornando em 1936 para a Livraria do Globo, em Porto Alegre, onde trabalhou sob a direção de Erico Verissimo.
Dentre suas obras traduzidas, destacamos: Lin Yutang, Charles Morgan, Maupassant, Proust, Rosamond Lehman, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, . Em sua poesia há um constante travo de pessimismo e muito de ternura por um mundo que, parece, lhe é adverso.

BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,enfim,tem de ser bem devagarinho,
Amada,que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

POEMINHA SENTIMENTAL
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

4 comentários:

ivonne disse...

hola, visitando tu blog me doy cuenta de que escribes también sobre literatura; hay escritores brasileños que no conozco pero supongo que poco a poco lo haré por medio de tu página. Nos dio gusto que visitaras nuestro blog sobre literatura infantil y juvenil en México.
Estaremos en contacto continuo, leyendo tu blog.
Enhorabuena, y mucho gusto!!

RODOLPHE SALIS disse...

"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."

António Gedeão

Socorro Meireles disse...

Pesquisei e encontrei a biografia de Gedeão e a poesia que você me enviou na íntegra, se chama "Pedra Filosofal". Descobri que já foi musicada por Manuel Freire e se tornou um hino à liberdade e ao sonho.Esta troca tem me proporcionado muitas preciosidades. Obrigada!Beijos no coração

RODOLPHE SALIS disse...

Irmã, Soror Saudade, convido-te para um concerto de Rock & Roll, em Ourense, Espanha, comigo...Youtube.com ou google "LOS SUAVES"--palabras para Julia.........aceitas?

beijos