Poema de Thiago de Melo dedicado ao educador Paulo Freire. Hoje dedico aos professores e professoras! 15 de Outubro dia do Professor.
Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraudar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo,por exemplo,
e poder ver que dentro delas vivem
paredes,aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis girando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Ás vezes nem há casa:é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente,que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão,cambão e beija flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre um clarão
que o mundo é seu também,que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar- e de ajudar
o mundo a ser melhor.
Peço licença
para avisar que,ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo,fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença pra terminar
soletrando a canção da rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.
Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraudar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo,por exemplo,
e poder ver que dentro delas vivem
paredes,aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis girando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Ás vezes nem há casa:é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente,que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão,cambão e beija flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre um clarão
que o mundo é seu também,que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar- e de ajudar
o mundo a ser melhor.
Peço licença
para avisar que,ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo,fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença pra terminar
soletrando a canção da rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.
2 comentários:
Esse poema é maravilhoso !
Fui professora na zona rural de Espírito Santo do Pinhal e na
periferia de São Paulo -Capital. Me toca profundamente porque
montei uma classe noturna como voluntária ,para alfabetizar os familiares
das crianças . Recompensador!
Maravilha Juliana! Maravilha o poema Fonemas da Alegria. Maravilha o seu trabalho e sua dedicação ao próximo. Grande abraço e obrigada pelo comentário.
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